A capela foi reaberta após ser reformada e passar por restauração no Quilombo Ivaporunduva, em Eldorado, no interior de São Paulo. O local foi construído por escravos, por volta de 1775, e estava tombado desde 1972 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.
Os escravos ergueram a Capela Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em taipa de pilão [material à base de argila e cascalho], na região de Ivaporunduva, onde, na época, a riqueza devia-se à extração do ouro. As obras do local foram concluídas apenas no século XIX, momento em que introduziram a capela principal.
História
A região era uma grande fazenda pertencente à Dona Maria Joana, que faleceu sem deixar herdeiros. Por este motivo, as suas terras ficaram sob posse dos seus escravos. O fato da comunidade ser ocupada por negros motivou a vinda de outros escravos fugidos e libertos. Então, em 1690, o Quilombo de Ivaporunduva foi formado.
Atualmente, 98 famílias descendentes diretas de escravos vivem na comunidade, um total de aproximadamente 500 habitantes. Antes fortemente ligada ao ciclo do ouro, hoje a região é rica em produtos hídricos, o que a colocou como um dos alvos do projeto de construção de usinas hidroelétricas.
Em 1994, as comunidades locais se organizaram contra o projeto de barragens, e criaram a Associação do Quilombo de Ivaporunduva para defender o patrimônio material e imaterial da região. Três anos depois, em 1997, a região foi reconhecida e, em 2000, os moradores conquistaram a titularidade do território.
Entre as atividades que auxiliam no desenvolvimento econômico da comunidade está a festa da Nossa Senhora do Rosário, realizada no mês de outubro. As celebrações acontecem no espaço da igreja, com danças africanas, oferendas, comidas e bebidas tradicionais da região.