Notícia - Cidades

Tão aconchegante que dá saudades. São Bento do Sapucaí é uma cidadezinha do interior em meio às montanhas da Serra da Mantiqueira, cercada por muito verde e por grandes formações rochosas. São 200 km de distância de São Paulo (três horas de viagem) e 40 km de Campos do Jordão, com pouco mais de 10 mil habitantes, a cidade é toda calçada de paralelepípedo, com a igreja na praça central e casarões no centro. Nos restaurantes, há sempre uma vendinha de geléias, mel, queijos e azeites de produção local. Aos sábados, voz e violão em algum barzinho do centro.
Chama-se São Bento do Sapucaí, mas o Baú é tão singular que poderia até levar o nome da cidade. Da praça principal já dá para avistar as formações rochosas gnáissicas das pedras do Baú, Bauzinho e Ana Chata, que instigam escaladores do Brasil todo. Isso porque ali tem paredes com aproximadamente 330 metros de altura em uma total de 1.950 metros, com rotas importantes de escalada esportiva de longa duração, as famosas big-walls. Mas a subida do Baú não se limita somente para atletas e escaladores ou para asa-delta e vôo livre na rampa da pedra. Graças à paixão do empresário Luís Dumont Vilares pelo local, em 1942 ele decidiu patrocinar a construção das duas primeiras vias ferratas (escadas de ferro) de acesso à pedra, na face sul, (vista pelo lado do bairro do Baú) e na face norte (vista pelo lado de São Bento do Sapucaí), Sendo assim, qualquer pessoa com equipamento de segurança básico e com um guia local pode subir até o topo da pedra.
Além de ser uma aventura incrível, a vista lá de cima é incomparável e maravilhosa. Mas se quiser uma caminhada um pouco mais tranquila, ainda tem a dupla Bauzinho e Ana Chata que não ficam para trás. Aliás, é ali da Ana Chata que é montado um rappel lindo pelo guia mais legal da cidade, o Fabrício da Baú Ecoturismo. O rappel tem 40 metros de altura e pode ser feito bem de manhãzinha, com a luz do sol refletindo os tons dourados em toda a mata.
Depois do rolê aventura, dá para mudar o foco e conhecer um pedacinho do clima ‘europeu’ no Brasil. Um programa imperdível é conhecer os vinhedos e a vinícola EntreVilas. Os vinhos de lá são produzidos no altiplano do Baú desde 2008 e a condução dos vinhedos é feita com o mínimo de intervenção possível, inclusive sem sulfito (usado como conservante). Entre as castas, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Shiraz, Malbec e Pinot Noir.
Como se não bastasse, eles possuem um restaurante com menu 6 tempos ao estilo slow food e um cultivo lindo com todos os tipos de frutas vermelhas em viveiro frutopia. É a combinação perfeita: degustação de vinhos, menu chef e sobremesa com as frutas da casa. Não dá para ir embora da cidade sem antes passar no Casarão Coletivo. O atendimento é feito da janela do casarão, e tem os chás gelados do dia, cafés de produtores locais, bolos frescos e um monte de boas opções para levar e ficar lembrando do gosto da Mantiqueira em casa.