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Notícia -

Tietê pode ter ‘cruzeiros fluviais’

O potencial turístico do Rio Tietê é pouco explorado. Um grupo de prefeitos da região se articula para tentar incluir suas cidades na lista das 140 vagas dos Municípios de Interesse Turístico. Assim eles poderão receber recursos do Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos administrado pelo Departamento de Apoio às Estâncias (Dade). Essa seria a porta de entrada para fazer parte do seleto grupo das 70 estâncias turísticas no futuro. O ranking de cidades de interesse turístico prevê decesso de duas cidades e inclusão de pelo menos outras duas ano a ano na lista das estâncias. E justamente o turismo fluvial pode ajudar a pôr essas cidades na cobiçada lista, principalmente os banhados pelo Tietê na região.  

Com as boas condições de navegação da Hidrovia Tietê-Paraná, com eclusas que permitem vencer os desníveis, os passeios de barco são uma boa opção, mas atualmente estão mais concentrados em Barra Bonita. No momento há um roteiro que passa pelo condomínio Frei Galvão, em Jaú, que também seria estendido até Ibitinga, a Capital do Bordado.

O prefeito de Boraceia, Marcos Bilancieri, lidera o grupo de prefeitos para incluir pelo menos 10 cidades nos novos roteiros de passeio fluvial. Recentemente a reunião conseguiu debater como será feita essa ofensiva e repercutiu tão bem que o Fórum Náutico Paulista, ligado à Secretaria do Estado de Energia e Mineração, convidou o prefeito para participar de uma das reuniões mensais. Neste órgão participam empresas de navegação e associações que podem ajudar no investimento de infraestrutura.

Bilancieri admite que falta um projeto para viabilizar os passeios turísticos. Num primeiro momento foram contatados Pederneiras, Jaú, Itapuí, Bariri, Itaju, Arealva, Macatuba e falta ainda um contato com Ibitinga.

O presidente da ONG Mãe Natureza, Helio Palmesan, ligado a uma empresa de navegação em Barra Bonita, esteve no encontro e admite que é viável a proposta, mas os municípios vão ter que investir em atracadouros ou um local apropriado para os barcos poderem fazer o embarque de passageiros. “Tudo isso depende de autorização, licença e uma estrutura mínima”, comentou.

O jornalista Carlos Nascimento tem um projeto audacioso. No estaleiro de Igaraçu do Tietê está em construção a embarcação NM Homero Krähenbühl, futuro salão de eventos flutuante. No lugar de convenções e reuniões em salões fechados em terra firme, a ideia de Nascimento é alugar o barco para navegar no Tietê. Se não houver atrasos, a embarcação deve ficar pronta até o final deste ano.

Plano incentiva passeios de barcos

De olho em uma das 140 vagas de Município de Interesse Turístico, cidades da região de Bauru apostam no Rio Tietê para incrementar o turismo. 

A ideia de cruzeiros fluviais foi lançada pelo prefeito de Boraceia, Marcos Bilancieri, durante encontro com prefeitos da região. O desafio é conseguir viabilizar os roteiros e a infraestrutura necessária para que o Rio Tietê tenha novos trajetos de passeios de barcos na região. Atualmente, a Estância de Barra Bonita mantém uma agitada agenda com itinerário que inclui conhecer a eclusa da hidrelétrica AES Tietê e já há trajeto até o Condomínio Frei Galvão, em Jaú.

Bilancieri conta que o projeto é estender essas viagens a Macatuba, Pederneiras, Itapuí, Bariri, Itaju, Iacanga, Arealva e chegar a Ibitinga. “Seria um turismo de um ou no máximo dois dias. O trajeto completo daria cerca de cinco horas de duração”, conta.

Em outras cidades, poderia ter uma ou duas paradas para turismo rural e gastronômico. “Por exemplo, quando tem uma feira de bordado, em Ibitinga, a embarcação poderia ir até lá e o visitante dormir em hotel na cidade”, comenta Bilancieri.

Mas a ideia é profissionalizar ao deixar por conta de agência de turismo a venda dos chamados pacotes turísticos. O prefeito de Boraceia reclama que muitos moradores da região compram pacotes para visitar o Nordeste e não conhecem as belezas do Rio Tietê. “O Tietê é subutilizado. A ideia é sair navegando de Boraceia, Bariri ou de Itapuí para vários desses roteiros”, cita.

Os entraves são a infraestrutura, como atracadouros ou um local que possa permitir o embarque de desembarque de passageiros. Os navios são grandes e necessitam de um calado (profundidade) necessário para conseguir chegar às margens.

Como a hidrovia Tietê-Paraná é dotada de uma estrutura para transporte de carga, ao longo dela há porto, balsa e atracadouros que podem resolver o problema de curto prazo. “Bariri tem um porto que precisa ser melhorado no canal da eclusa. Em Boraceia, tem a balsa que faz a travessia com Itapuí que possui estrutura que pode servir para a parada dos barcos. Não precisa de muita coisa”, explica.

No caso de Pederneiras, o local seria o Porto Intermodal. Em Ibitinga, no braço do Tietê, próximo à foz do Rio Jacaré-Guaçu tem um atracadouro. Nesse local já existe plano de um trajeto entre Barra Bonita, Jaú e Ibitinga, do qual está bem avançada as articulações entre uma empresa de navegação barra-bonitense e a prefeitura ibitinguense.

Segundo Bilanceiri, os roteiros ainda dependem de estudos. Ele cita, de exemplo, que cada cidade localizada às margens do Tietê tem alguma atividade que pode ser explorada. Não será necessário que o navio tenha parada obrigatória. Atualmente, o visitante vai até Barra Bonita para passear de barco pela represa e fazer a chamada “eclusagem” - transpor o desnível da barragem.

Mas pelos planos de Bilanceiri, o navio partiria de Macatuba até Ibitinga. Ao longo da rota poderia fazer paradas em Pederneiras, Itapuí, Boraceia, Bariri, Arealva, Itaju, Iacanga até o destino final. “Claro que tudo isso precisa ser analisado. Ver se no município há condições de o navio atracar”, conta. Inicialmente, o prefeito diz que a ideia é a prefeitura comprar alguns pacotes para incentivar as viagens.

Nova lei ‘incentiva’ buscar roteiros

A mudança feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na legislação que estabelece as regras a estâncias turísticas “turbinou” o interesse dos prefeitos por buscar roteiros e opções turísticas.

O Estado de São Paulo possui 70 Estâncias turísticas, mas a nova lei cria 140 vagas para Municípios de Interesse Turístico que também poderão receber recursos do Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos administrado pelo Departamento de Apoio as Estâncias (Dade).

Todos os municípios do Estado de São Paulo (exceto os que já possuem o título de Estância) já podem pleitear o título de Município de Interesse Turístico por meio de um deputado estadual.

A Lei complementar nº 1.261, de 29 de abril de 2015, estabelece condições e requisitos para a classificação de Estâncias e de Municípios de Interesse Turístico. De acordo com Helio Palmesan, da ONG Mãe Natureza, os prefeitos recém-eleitos estão entusiasmados em incluir suas cidades nesta lista. “Acho louvável a iniciativa desses prefeitos, porém tem que saber se a cidade tem infraestrutura. Também eles têm que buscar melhorias das condições ambientais do Tietê, afinal vários dos reservatórios estão infestados de algas que acabam provocando mau cheiro e isso é ruim. O meio ambiente precisa estar equilibrado”, declarou.

Macatuba tem atracadouro

O prefeito de Macatuba, Marcos Olivatto (PR), já anunciou a sua disposição de investir no turismo e está tomando algumas medidas para que a questão se concretize. “Nós estamos reativando o Comtur, estamos integrando o Projeto de Turismo Fluvial no Rio Tietê, voltamos para o Consórcio Tietê-Paraná e já começamos a limpeza do Parque Municipal Pouso Alegre (Pampa) para que em breve toda a área seja revitalizada”, disse por meio da assessoria de imprensa.

O objetivo é transformar Macatuba em Município de Interesse Turístico. O  Pampa fica às margens do Rio Tietê em uma área de ranchos de veraneio e também do Porto de Areia Damasceno. Ou seja, a margem de Macatuba tem atracadouro e condições de receber barcos de grande porte como os que utilizados na navegação fluvial do Rio Tietê.

Barcos deverão atracar em Ibitinga

Empresa de navegação de Barra Bonita já prevê incluir novo trajeto com a implantação de atracadouro próximo a foz do Rio Jacaré-Guaçu.

O prolongamento de passeios turísticos entre Barra Barra Bonita e Ibitinga pelo Rio Tietê já é previsto por uma empresa de navegação. Atualmente, a concentração das viagens ocorre na Estância de Barra Bonita, mas ao longo dos anos vem ganhando novos trajetos, como a visita ao Santuário Frei Galvão, em Potunduva, no município de Jaú.

Na última semana, Helio Palmesan, ligado a uma empresa de navegação, confirmou que já estão bem avançadas a extensão do passeio dos barcos saindo de Barra Bonita, com escala em Jaú e depois seguindo até Ibitinga. Naquele município tem atracadouro próximo da foz do Rio Jacaré-Guaçu. “O cruzeiro fluvial já existe. A nossa empresa, Navegação Fluvial Médio Tietê, não faz somente o passeio em Barra Bonita para passar pela eclusa. Já vamos até o porto Frei Galvão onde ajudamos a construir em parceria com a prefeitura naquele condomínio em Jaú e já está em fase final a instalação do porto perto da foz do Rio Jacaré-Guaçu. Então, deveremos ter um cruzeiro fluvial indo até Ibitinga”, contou.

Sobre o projeto de navegação regional defendido pelo prefeito de Boraceia, Palmesan cita que a nova legislação estadual, que institui as 140 vagas de Municípios de Interesse Turístico “incentivou” os prefeitos a buscarem alternativas para conseguir o credenciamento. “Realmente o carro-forte dessas cidades é o Rio Tietê. Ele banha ao longo do Estado 70 municípios. Por outro lado, é necessário o engajamento dos prefeitos na luta para a melhoria das condições ambientais das margens do manancial. Ninguém vai fazer turismo em local poluído”, citou.

Palmesan recomenda que será necessário que as cidades contratem turismólogos para fazer avaliação e descobrir o potencial turístico.

Ele cita que pela legislação nas margens do rio só quem pode fazer obras são os municípios. “São obras para uso difuso. Se é uma pessoa particular, ela não pode pleitear em obra na marina, em local de preservação permanente e imóvel que esteja sob responsabilidade de concessionária de energia, no caso da AES Tietê na região. Na verdade, são áreas da União que tem seus gestores. A primeira avaliação é verificar se nestas cidades têm uma rampa para barcos. Se não tem, deve buscar o licenciamento junto aos órgãos ambientais. A segunda etapa será pedir a anuência da geradora de energia”. 

Fonte: JCNet

Autor: 1
Data: 26/02/2017